sexta-feira, 25 de abril de 2008

Espelho meu, espelho meu...

Doutor...

Eu sei que tenho faltado às consultas, mas comecei a falar com os meus botões e olhe que o monólogo dialogado até me ajuda... É muito melhor do que ficar a olhar para o espelho, sem palavras.

Quer dizer, olhar para o espelho pode ter propriedades terapêuticas...

Vaidade?! Oh Doutor, falo de algo que ultrapassa os meandros da futilidade. Na verdade, estava a referir-me à força do olhar, que quando combinada com o silêncio, pode ser arrasadora.

O Doutor costuma olhar-se nos olhos? Conhece a sensação de estar "exposto" ao olhar da única pessoa que conhece todos os seus segredos, ou seja, você mesmo?
E o que vê? O que quer ser? Ou o que quer esconder?

Sabe que mais? Estou naqueles dias em que apetece deixar o espelho em casa... Vou fazer greve mental... Hoje apetece-me olhar os outros, ver mundos diferentes e apenas fechar os olhos para sentir a brisa fresca que não sopra...