terça-feira, 27 de novembro de 2007

É estranho...

Olá Doutor,

Hoje sinto-me um pouco introspectiva!

Bem disposta e introspectiva...

Hum... é estranha a forma como os outros nos surpreendem e como é possível mudarmos tantas vezes de opinião sobre eles.
Julgo que perdi a capacidade de ler as pessoas. São demasiado complicadas para mim. Talvez desista de me meter na cabeça delas e tentar perceber as características do ratinho e da rodinha onde ele brinca "24/7".

É muito mais simples começar por mim. Os outros que tratem dos respectivos animais de estimação e da qualidade da rodita..

E se a roda empanar? Paciência! Já me bastam as tiranias do meu ratinho cinzento (e não branco) de laboratório, que por vezes consegue ser maquiavélico!

Desta forma, não se criam expectativas, relaxa-se e deixa-se a vida fluir... Relax... Zen... OOhhhmmm

Não, Doutor. Não me estou a queixar.
Simplesmente, é mais frutuoso ir acreditando que os outros fazem parte da minha vida e eu da deles, mas que não há cá misturas daquelas que caem mal e deixam "marcas" num qualquer passeio público ou na sanita quando chegamos de madrugada.

Viver simplesmente, respirar simplesmente, sentir simplesmente... Sentir-me eu!

Oh Doutor, que expressão é essa?!

Já percebi! Está a falar para o caderninho, não está?

Sinto-me defraudada! A sua rodinha estancou?

Doutor? Doutor?!!

Olha, adormeceu...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Porque non te callas?"

Doutor,

Tenho mais um problema. Sim, mais um...

Tenho uma tendência enorme para falar que me farto quando não devo e para ficar calada quando bastava uma simples palavrinha para resolver a questão... a bem ou a mal, entenda-se!

Sim, porque por vezes parece que o silêncio é a saída mais fácil. Travar os pensamentos e substituí-los por outros que façam o cérebro acreditar que verde é amarelo e que amarelo é azul!

Bem, não quer dizer que aceitar o roxo tal como ele é e expor essa situação a quem pensamos ter a mesma ideia resolva o problema. A vida não é um filme! Gostaríamos de descobrir que mais alguém vê e sente aquela cor da mesma forma, mas não é verdade. Cada um tem as suas cores. O segredo está na forma de combiná-las. Daqui se depreende que uma relação, seja ela como for, tem estética e harmonia próprias.

Enfim, já estava para aqui a divagar, doutor. Hoje nem com o caderninho fala. Hum... Passa-se alguma coisa? Quer desabafar? Para si, é de graça!

De qualquer das maneiras, a vozinha na minha cabeça não descansa ao ponto de dar por mim a repreender-me de forma majestosa "Porque non te callas?".

Enfim, se me calo custa. Se falo, não me calo.

O que fazer, doutor?

Uma coisa é certa, mesmo quando devia falar e não o faço, não deixo que os outros falem por mim.

"Porque non te callas?"

Ouviu?! A vozinha voltou a deixar o recado...

domingo, 18 de novembro de 2007

Ai ai...

Boa tarde Doutor,

Pois é, mais uma sessão... hum, e ao som dos "Ilegais" e daquele remix comercial do "Ai ai ai..." da Vanessa da Mata! "Se você quiser, eu vou-te dar um amor desses de cinema..."

Bom gosto Doutor, muito bom gosto.

Pois, voltemos à sessão! Qual é a dor de hoje? Nem sei bem...

Sim, sim, as dores na esperança continuam, mas de vez em quando. Já nem dou por elas, a não ser quando me sento nos transportes e me meto a pensar na vida.

O que me anda a chatear é mesmo a solidão. Não, não é aquela solidão maligna, que nos faz sentir vítimas do mundo. É uma solidão benigna, à qual nos habituamos facilmente.

Claro que não é comodismo!! Eu bem que o ouvi sussurrar.... Isso de falar entre dentes, para o seu caderninho, não me agrada doutor.

Eu não sei explicar muito bem.

Claro que não é ficando em casa que me expando, mas é bom ficar aninhada de vez em quando. O pior é quando dou por mim à espera de sinais em forma de sms. E depois, claro, não chegam. E nem a solidão me sabe bem, nem me apetece sair porta fora porque sinto que a vida vai fluindo à sua maneira, ainda que por caminhos estranhos. Olhe, desde que não dê por mim em becos escuros, está tudo bem...

O quê?! Lá voltou o doutor a falar para o caderninho...

A sessão já acabou? Ok, ok.

Paga o caderninho desta vez? Estou na brincadeira, doutor. Quanto é?

sábado, 17 de novembro de 2007

Doutor...

Caro doutor,

Tenho um problema... Pois, quem não tem?!


Sinto-me.... estranha. Acredito que padeço de um mal terrível!


Imaginação, já ouviu falar? Dá cá umas cócegas no órgão situado na parte anterior e superior do encéfalo, e que é a sede das funções psíquicas e nervosas e da actividade intelectual, ou seja, o cérebro... a sério! Faz acreditar que nada é impossível, que tudo se conquista, que o sorriso pode ser constante e que as coincidências são partidas do destino.

Doutor... sinto-me a corar e a sorrir sem razão.... é normal?

Peço-lhe por tudo que não confunda imaginação com ingenuidade, que a minha tia sofre disso e eu conheço bem os sintomas... Na verdade, também sinto umas dores na esperança de vez em quando... mas ingenuidade não é!

Será coisa grave?

Diga? Já acabou por hoje? Sim?

Bem, o resto fica para a próxima sessão...

Quanto devo?

Sinto-me...


E eis uma estreia! Eu e os blogs... Quem diria...

Bem, então o que se faz nestas ocasiões? Hummm...

Em primeiro lugar, há que analisar todo o factor psicológico destes espacitos na internet.

Tenho a convicção de que muitos psicólogos e psiquiatras ficaram com os seus divãs vazios à custa dos devaneios que cada um hoje pode partilhar no seu blog a qualquer hora e sem ter que pagar valores exorbitantes. Em suma, cada blog é nada mais, nada menos que um divã virtual...


Enfim, partilhemos o meu divã ;)