segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sintoma: Dores na Alma

Boa tarde Doutor,

E essa passagem de ano? 2008 começou bem para si?

Sabe, percebi que sofro de mente baralhada... Sim, sim, mente baralhada.

Os sintomas são terríveis... Chiça! Tão terríveis que chegam a provocar dores na alma e olhe que são como a dor de dentes: raramente alivia, tira o sono e só acalma quando se mete a aguardente "ao barulho"! A única diferença é que nas dores da alma, a aguardente (ou outro tipo de bebida bem forte) bebe-se até ao golinho final, que nos faz afogar em lágrimas e músicas profundas...

Ai Doutor, que me dói a alma! Ainda por cima não sei como apanhei isto...
É daquelas coisas que surgem sem percebermos muito bem como, tipo a sensação de que quando é demais o pobre desconfia. Conhece?

Que raiva!

O ser humano, de humano nada tem quando se trata de superar a maior barreira psicológica: acreditar na felicidade.
Supostamente, distanciamo-nos dos animais porque temos consciência dos sentimentos e dos estados de espírito, mas quando se trata de felicidade (sem ser aquela Suprema que surge de forma espontânea) ficamos enjaulados pelo receio de acreditar em possibilidades que de real nada tenham.

Eis o eterno medo de confundir realidade e histórias de encantar...

Sejamos sinceros, numa democracia, as princesas não passam de personagens em livros e filmes.
Não existem ervilhas debaixo dos colchões a não ser em casas com pouca higiene, viver com sete anões numa cabana seria imoral e impensável para a mulher do século XXI (limpar e cozinhar para sete gajos que chegam a casa cheios de terra?!), não se perde um sapato nas escadas a não ser pelo efeito da bebida e, muito menos, se acredita que a carruagem em que seguimos é, na verdade, uma abóbora... Seria assumir de forma descarada que andamos metidas nos ácidos!

A verdade é que nesta ânsia de não tirar os pés da terra, acabamos por lá enfiar a cabeça...